22.05.07
Oráculo de Delfos, parte II. A consulta à Pitonisa
Márcio Branco
Aquilo que se passava em Delfos, despertou o interesse de numerosos autores da antiguidade, como Platão, Diodoro Sículo e Plutarco. Por estes autores, através dos seus textos recuperados, podemos ver os pormenores de como se procedia à consulta do oráculo de Delfos.
O peregrino que desejava consultar a Pitonisa tinha, antes de mais nada, de pagar um cânon aos sacerdotes; em seguida purificava-se nas águas da fonte Castália, enquanto um sacerdote tirava à sorte a ordem de precedência e outro invocava Apolo para saber se havia por bem conceder a resposta.
Depois destes preliminares a Pitonisa tomava um banho ritual na água da fonte Castália, que corria pelo interior do recinto sagrado, depois entrava na gruta de Geia, uma abertura pouco profunda que corria ao longo da parede rochosa. Sentava-se num tripé dourado e mastigava uma folha de louro, enquanto segurava um feixe de cevada numa das mãos. Pouco depois, a mulher enchia-se de fumo sagrado, que é o mesmo que dizer que inalava uns vapores que saiam de uma abertura na rocha da caverna, entrava em transe e começava a pronunciar palavras inarticuladas e palavras em convulsões.
Por sua vez os sacerdotes interpretavam estes sons e comunicavam ao peregrino o julgamento de Apolo.
No próximo post vamos reflectir um pouco sobre este oráculo e vou contar-vos como é que este oráculo caiu em desgraça, só pela descrição da consulta já podem começar a ter uma ideia de como as coisas poderiam correr mal. Mas vão pensando porque em breve irei colocar aqui o desfecho deste oráculo :-)