31.05.08
Ficheiros Esotéricos: Os baralhos de Tarot
Márcio Branco
As origens do tarot perdem-se nas lendas do passado e nunca saberemos em concreto como é que o Tarot de facto surgiu, a verdade é que todas as culturas ancestrais tinham os seus próprios oráculos e a crença no misticismo e esoterismo é algo que sempre acompanhou a história do ser humano.
E desde sempre o recurso a algo externo a nós foi uma realidade, nas civilizações antigas, como a grega e romana, os oráculos eram pessoas. Particularmente mulheres virgens que conseguiam entrar em estado de transe e depois revelavam as profecias do deuses. Mais tarde os chineses criaram o I Ching, um oraculo já individual que cada um poderia recorrer.
O importante dos oráculos sempe foi o poder que a eles estava associado, quem detém a informação tem poder e assim a generalização dos oráculos fazia-se devido à crença das pessoas mas poucas na pratica conseguiam aceder a essa informação ou poder.
Com os oráculos em madeira, pequenas placas pintadas, começou-se a difundir mais esse saber e assim começou a ser fácil encontrar em feiras ou nas cidades algum leitor de oráculo, ou videntes ou bruxos como eram chamados.
Existe muita informação na net e de facto poderia estar aqui a escrever sobre a minha versão de como evoluiu o tarot e em boa verdade não seria diferente da informação já disponivel noutros sites. Por isso coloco aqui uma citação de um texto, retirado deste site (http://www.moscal.org/showthread.php?t=1853):
"O Tarot e as suas origens estão envoltas em mistério e abertas à especulação. Há quem defenda que as cartas derivam dos livros sagrados do Antigo Egipto. Pensa-se, por outro lado, que tenham sido originárias na Índia ou na China e que foram trazidas pelos ciganos para a Europa. Detectam-se no Tarot símbolos que se pensa conterem os segredos do Universo e a chave da natureza humana e influências das religiões Gregas e das filosofias Árabes e Indianas, assim como da Cabala Judaica.
Há documentos que comprovam serem as cartas de jogar já conhecidas na Bélgica em 1379.
Feliciano Bussi na sua historia de “Viterbo” refere o uso de baralho de cartas em 1379, vindo através dos sarracenos e ao qual se dá-se o nome de naib. Em Espanha, no ano de 1367, encontramos também esse tipo de cartas descritas com o nome de naipe. Pensa-se que a palavra naipe tenha surgido da palavra flamenga knaep, palavra esta derivada de papel.
Wurzburg, um bispo alemão, em 1329 proibiu durante uma pastoral tantos os monges como as freiras da sua diocese de jogarem às cartas.
Vindas de Espanha, as cartas são levadas para a Itália, sendo encontradas em Veneza pela primeira vez em 1545.
Assim, podemos dizer que o jogo do Tarot é um misto do jogo naib e o baralho de cartas comum.
A Court de Gebelin, defende que os símbolos do Tarot derivam das imagens iniciáticas dos sacerdotes Egípcios, cujas figuras eram pintadas em duas fileiras nas paredes das galerias subterrâneas na grande pirâmide Gigé. Advoga ainda que, provavelmente, teriam vindo para a Europa trazidas através dos ciganos, que as utilizavam para ler a sorte, na sua arte adivinhatória, cujo nome era uma forma alterada da palavra “Egípcios”. No entanto, as cartas de Tarot também poderão ter sido trazidas pelos Cruzados, no regresso da Terra Santa no século XIV. Há quem defenda a teoria de que foram os próprios templários a inventar as cartas do Tarot, uma ordem de cavalaria guerreira e asséptica formada por Cruzados por volta do ano de 1118, sob a chefia de Hugh de Payen.
Antoine Court Gebelin, escritor francês, devido ao seu grande fascínio pelas lendas escreveu em 1781: “Pensa-se que toda a sabedoria antiga foi destruída quando a grande biblioteca de Alexandria foi queimada. Não foi, porém, assim. Há um livro, que foi passado de mão em mão, e, com ele, muitos segredo dos antigos. Está escrito em setenta e oito folhas, divididas em cinco secções.” ( T. Milénio; pág. 6 e 7 )
Ele estava sem dúvida a referir-se ao Tarot. Para Gebelin, as vinte e duas cartas dos Arcanos Maiores representavam os líderes temporais e espirituais da sociedade egípcia antiga. As outras cinquenta e seis cartas eram divididas em quatro naipes, referentes às quatro classes da sociedade do Antigo Egipto. Tanto os reis como os militares ostentavam a espada (naipe de espadas), a taça simbolizava os sacerdotes, (naipe de copas), os paus eram o símbolo correspondente aos agricultores (naipe de paus) e as moedas representavam os comerciantes (naipes de ouros).
O TAROT ao sobreviver ao incêndio da famosa Biblioteca de Alexandria reapareceu em 1781 e duzentos e cinquenta anos depois despertou o interesse renovado. Qual será a mensagem dos arcanos maiores? Será que as imagens dos Arcanos Maiores são representativas de lembranças visuais relacionadas com uma tradição oral? E será possível que Gebelin, nascido na Provença tenha descoberto o segredo delas tão bem guardado?
Ettiella, um dos discípulos de Gebelin, afirmou que “o Tarot original tinha sido escrito em folhas de ouro num tempLo em Mênphis“.
O jogo das cartas comum é provável que tenha surgido a partir do jogo de xadrez, se não levarmos em conta a torre e o cavalo. De facto, verificamos que o jogo de cartas é constituído pelo Rei, Rainha, dois Valetes e os números de cartas equivalentes ao dos peões. Acredita-se que o uso das quatro cores, assim como de Moedas, Taças, Espadas e Paus tenha surgido no século XIV, pelo costume da época de se jogar xadrez a quatro pessoas.
O Tarot mais antigo que se conhece é o que se encontra no Cabinet de Estampes na Biblioteca Nacional de Paris. Segundo alguns poetas e escritores, este destinava-se à distracção do melancólico Carlos VI de França. Pensa-se que tenha sido encomendado a Jacques Gringonneur que era astrólogo e cabalista. Durante muito tempo pensava-se que pertenciam a este baralho dezassete cartas pintadas sobre velino debruadas a ouro e pintadas a prata, lápis – lazúli e com um pigmento vermelho escuro denominado como (pó de múmia). Actualmente, acredita-se que são italianas e de manufactura mais tardia.
Um dos mais belos jogos de cartas pertenceu a Duce Filippo Maria Viscont e data de 1392, pelo qual pagou mil e quinhentos florins de ouro ao seu secretário, o sábio e pintor Marziano da Tortona. Existem ainda hoje sessenta e sete cartas originais deste jogo muito antigo.
Com o passar do tempo, a apresentação dos emblemas e dos desenhos das cartas alterou-se. Desde que se começou a jogar, o baralho foi composto por vinte e duas cartas, e quatro séries de cores, cada uma delas contendo catorze cartas. O Tarot de Marselha surgiu nos finais do século XV e XVI, alcançando imediatamente um grande destaque entre os sumptuosos jogos, principalmente os que eram pintados à mão por grandes artistas, que geralmente os dedicavam ás famílias mais ilustres como os VISCONTI e SFORZA.
O Tarot de Marselha teve uma grande influência sobre muitos jogos que surgiram nos finais do séc. XVIII e início do séc. XIX, época especialmente apaixonada pelo oculto na qual se deu um grande incremento do TAROT."
Existem diversos tarot´s clássicos, ou seja, que a sua concepção derivou de um aprofundamento do autor, sobre os diversos significados de cada arcano e fez a associação entre o simbolismo das imagens com o respectivo arcano e número. Essses tarot´s são naturalmente mais propicios a serem utilizados para as leituras do que os tarot´s comemorativos de algum evento mais comercial, como sendo o tarot do senhor dos anéis ou o tarot do harry potter.
Existem sites com muita informação e muito detalhada e este post é apenas um lançar de uma semente, para que se sintam motivados e curiosos a procurar mais informação sobre os tarots:-) O baralho que eu uso é o Tarot Egipcio, com imagens simbólicas muito direccionadas àquele periodo histórico mas é o baralho que melhor se adapta a mim. Tenho outros baralhos de tarot´s mas todos os tarologos têm um preferido e este é o meu :-)
Aconselho sempre a escolherem um baralho que exista já muita bibliografia sobre ele, para que possam mais rapidamente apreender conceitos e métodos de tiragens. Porque se optam por um baralho muito especifico a aprendizagem é mais lenta e mais complexa, não é que seja algo de errado mas é preciso alertar para este ponto :-) O baralho é que vos deve escolher a vós e não o contrário :-)
A escolha é muito pessoal e não existe nenhum baralho de tarot inferior ao outro, o potencial do tarot encontra-se na simbiose entre o baralho e seu possuidor e por isso a escolha deve ser a mais livre e imparcial possivel, para que depois ao fazerem a vossa pesquisa se sintam bem com a escolha que fizeram. Deixo-vos um link (http://www.astroamerica.com/t-menu.html) que tem inumeros baralhos e já podem ver qual deles vos agrada mais e depois quem sabe optar por algum deles. De seguida deixo também algumas imagens de alguns tarot´s:
E por último apresento-vos uma imagem do meu baralho de tarot Egipcio (tirada durante uma consulta):
E adquiram um baralho, é hoje em dia acessivel comprar um e é sempre um objecto muito elegante para se ter em casa. Não têm de ficar leitores profissionais mas podem sempre ter como hobbie, sondar os mistérios do esoterismo e se tiverem dúvidas também podem dizer, que eu não me importo de ajudar naquilo que eu souber :-)
Até breve e fiquem bem