Quando digo que uma consulta de tarologia não tem segredos penso mesmo assim, não existe nenhuma arte mágica na qual se possa colocar em prática. Numa consulta encontram-se duas pessoas, um faz a leitura e o outro coloca as suas questões.
Entre estas duas pessoas é necessário existir uma abertura e uma confiança que permita que as informações vão fluindo e se vão “descobrindo” as respostas.
Ainda hoje recebo e-mails de iniciantes na tarologia que desejam saber como começar, como abordar o cliente, como iniciar a consulta e por aí fora. Mas a verdade é que não é possível escrever um manual de como fazer uma leitura e de como faze-la bem, isto porque cada pessoa tem características únicas e não podemos querer colar atitudes minhas em pessoas que podem não ser assim.
Pode ser frustrante receber um e-mail meu e obter como resposta de que cada leitura deve ser pessoal e cada um de nós deve de encontrar o seu espaço e rumo, que não é possível ensinar a “estar” numa consulta, tem de ser cada um a percorrer um caminho pessoal que o leve com confiança até ao momento da consulta ou da tiragem de tarologia a alguém.
Há uns meses recebi um e-mail em que um “futuro tarologo” me indicava uma série de perguntas e juntamente a essas perguntas indicava as cartas que saíram e questionava-me sobre a minha leitura em relação às tiragens e se eu também teria dito o que ele disse.
O engraçado da questão é que eu fiz a minha interpretação e existiam umas diferenças entre a minha leitura e a dele e do meu ponto de vista essas diferenças existiam porque a determinado momento o “futuro tarologo” não estava com a distância necessária em relação à temática, ou seja, ele lia como sendo ele a dar opinião, logo dessa forma a leitura estava enviusada, pelo menos do meu ponto de vista.
No e-mail de resposta obtive um discurso bastante interessante em que o tarologo também era um orientador e perante as cartas deveria fazer o encaminhamento certo. Tudo isto é muito bonito e é uma retórica que fica bem mas é importante sabermos qual é a nossa posição e para mim quem lê as cartas é um mediador apenas, uma energia neutra, alguém que interpreta as cartas e passa a informação, porque a partir do momento em que eu digo aquilo que eu acho que deve ser dito então não existe leitura, existe apenas uma invenção!
Ler cartas para amigos de graça ou faze-lo de forma profissional exige a mesma postura de seriedade e de compromisso com esta ciência milenar, quem nos procura deseja uma resposta e a mesma deve ser feita da forma mais séria e leal possível, é melhor dizer que não se consegue ver nada ou não se consegue visualizar a resposta do que inventar uma resposta e depois criar falsas expectativas.
Pelo menos eu penso assim J